4 de março de 2011

Viagem a Cuba

Durante a nossa primeira semana em Cuba, o Alexandre foi submetido a muitos exames de avaliação. Foi avaliada a sua capacidade motora e física, a capacidade de fala, as funções neurosensoriais e cognitivas. Com estes exames, os médicos tentaram perceber o que o Alexandre conseguia fazer, para que no fim do ciclo de neuroestimulação fosse possível perceber se o Alexandre progrediu e em que aspectos o fez.
Passada a primeira semana, reunimo-nos com o médico para sabermos os resultados da avaliação. A ansiedade pelo que iríamos ouvir era muita! Tínhamos esperança que as notícias fossem mais animadoras do que as recebidas em Portugal. Mas não ouvimos o que tanto esperávamos!
A lesão era significativa... A parte motora esta bastante comprometida e a função cognitiva, ainda que menos, também comprometida. Mas o que nos animou foi o facto de não ser uma lesão progressiva! A situação pode evoluir com muito trabalho, estimulação dos sentidos, etc. Tudo depende bastante do Alexandre e da sua força de vontade em fazer os exercícios. Como o nosso filho tem dado muitas provas de que quer lutar, não somos nós, pais, que vamos desistir!

Começou então o ciclo de tratamentos.
Durante a primeira semana não estive presente nas sessões do Alexandre, que aos poucos se foi adaptando à nova situação (ainda que nos primeiros dias tenha ficado bastante cansado). Na semana seguinte, já assisti a algumas sessões da parte da manhã e de tarde. Gostei muito de ver os fisioterapeutas trabalhar; trabalhavam de uma forma firme e eram bastante persistentes.
Como “mãe galinha” lá ia perguntando como se portava o Alexandre. Disseram-me que o Alexandre gostava muito de comer, de mimos, mas que era um pouco “malcriado”, para depois dizer que iam continuar a “mal criar”, porque ele era muito pequenino e muito simpático quando mimado.
Tudo corria bem, quando na madrugada do dia 25 o Alexandre acordou a chorar muito. Os enfermeiros ouviram o choro, vieram ao quarto e como eu também não conseguiram acalmar o Alexandre, optaram por chamar o médico. O médico examinou o Alexandre e achou que era uma otite. Na segunda-feira o Alexandre não estava melhor e foi fazer um exame (extracção de cera para determinar se era uma otite). Entretanto a pediatra receitou umas gotas.
Não havia meio de melhorar! Entretanto chegou o resultado da análise: não era otite. Fizeram então análises ao sangue e urina.
Estava muito preocupada! Os médicos examinaram o Alexandre e não sabiam o que ele tinha! O Alexandre começou a não controlar a febre mesmo com medicação. Ficava com bastante irritabilidade, não dormia bem e começou a ter muitos espasmos (tanto quando dormia como quando estava acordado).

Durante a 3ª semana, o Alexandre quase que não foi à terapia, já que continuava doente.
Estava cada vez mais aflita! Já queria voltar! Valeu-me os outros Portugueses (muito obrigado!), que me acalmaram e pediram para esperar mais um pouco… Mas a febre não tinha meio de baixar…
Ainda que no dia anterior tivesse alguma febre, no sábado estava um bocado melhor e no domingo tinha desaparecido.
Começou a 4ª semana. Na terça-feira o Alexandre adormeceu apenas às 4h30m e despertou por volta das 11h30m; como tal esteve bastante apático durante toda a terapia. À noite adormeceu pelas 22h30m, despertou às 3h e só dormiu mais um pouco entre as 6h30m e as 7h20m. Na quarta-feira foi para a terapia. Na hora de almoço mal comeu, chegando mesmo a adormecer (ainda que não mais do que 15min). O Alexandre andava cansado e isso tornava-o agitado e instável. Como se tudo não bastasse, andava aflito por causa dos dentes. Queriam nascer mas estava difícil…
Os médicos observavam o Alexandre para tentar fazer alguma coisa... À noite ele queria dormir, mas por causa dos espasmos não conseguia… Então os médicos receitaram um medicamento e ele lá conseguia dormir tranquilamente durante toda a noite. De manhã acordava bem depois da hora de início da terapia, mas acordava bem disposto e com fome para o pequeno-almoço. Passou a manhã calmo e à hora de almoço estava bem disposto e comeu muito bem.
Na última semana e por fim, ele já estava bem melhor e aproveitou todos os tratamentos que lhe fizeram. Até posso dizer que veio melhor para Portugal. Só é pena que nós não tenhamos locais daqueles em Portugal, para podermos melhorar o nível de vida dos nossos filhos…


Tenho que pedir desculpa pela ausência no Blog do Alexandre, mas desde que viemos de Cuba, já foi internado 3 vezes e têm piorado dos espasmos. Felizmente está um pouco melhor devido à medicação, mas com muita frequência está com espasmos e não tenho cabeça para pensar em nada mais…

Obrigado a todos que nos apoiaram, apoiam e apoiarão…

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